Como corrigir redação

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Correção
de redação

Um
dos grandes questionamentos que tenho recebido por email é sobre a correção da
redação. Sinceramente não é um tema fácil, pois não há receitas infalíveis. O
professor, com tantos afazeres nem sempre consegue corrigir tudo como gostaria,
e vai descobrindo, com o tempo e a experiência, como dar conta de parte
relevante do ensino de português, pois os alunos devem ser leitores autônomos e
escritores eficientes, pois
ter o domínio da linguagem verbal é imprescindível
para as práticas sociais.

Para escrever,
primeiramente o aluno precisa cultivar o hábito de ler,
interpretando e construindo conhecimentos,
elaborando novas criações numa
perspectiva crítica a partir do seu conhecimento de
mundo.
Nesse contexto, antes de
produzir um
determinado texto, é importante que o aluno entre
em contato com diversos
exemplares de um gênero, extraídos de
diferentes fontes e suportes.
Nesse aspecto, conhecer bem os diversos gêneros,
ser capaz de planejar o
texto, verificar se o texto atendeu à proposta,
fazer a revisão, a refacção, são etapas importantes para a construção da
escrita.

Ao
propor o trabalho de produção textual, o professor primeiramente precisa
definir seu objetivo. Deve fornecer ao aluno informações claras sobre a proposta,
o tema, o gênero e outras que achar relevante para o bom desempenho da tarefa.
Também é interessante que primeiramente façam um rascunho, assim o professor pode intervir durante a elaboração e só
depois fazer a produção que será corrigida, e se ainda for preciso, a reescrita.
“Tipos” de correção

Indicativa: o professor apenas marca (junto à margem) os erros, palavras, frases ou
períodos que apresentem problemas, não fazendo interferências no texto do
aluno.

 Resolutiva: consiste
em corrigir os erros, reescrever palavras e/ou períodos inteiros na tentativa
de compreender a intenção do aluno, o professor corrige os problemas fornecendo
ao aluno o texto correto.

 Classificatória: o professor combina previamente com os alunos alguns códigos que serão
utilizados na correção dos textos, a qual será feita pelo próprio aluno
seguindo as indicações oferecidas pelo professor.

Alguns
professores preferem fazer um trabalho de reescrita
coletiva
na lousa assim discutem oralmente, com todos os alunos da classe,
um ou mais textos selecionados.
Lembrando que “um texto não é simplesmente uma sequência de frases isoladas, mas uma unidade
linguística com propriedades estruturais específicas”
(KOCH, 1989, p. 11),
a análise da produção deve ir muito além das questões gramaticais e
ortográficas.

Aspectos a serem
avaliados
Baseada na minha experiência em
oficinas de redação e orientações de sistemas oficiais de avaliação, uso os
seguintes aspectos para corrigir a redação*:

  1. Proposta
Tema e Gênero
O texto atende a proposta? Conseguiu
desenvolver o tema? Atendeu ao gênero proposto?**

  1. Aspectos
    linguísticos (Coesão e coerência)
Variedade de ideias (o texto está bem estruturado ou há redundância?). Variedade
vocabular (há riqueza de vocabulário ou apresenta repetições de palavras?). Encadeamento
de ideias (apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão?). Construção de
frases claras e completas? Usou elementos de coesão?
  1. Aspectos gramaticais
Usou corretamente a concordância verbal e nominal? Empregou
adequadamente os sinais de pontuação? Usou corretamente o tempo e/ou modo
verbal? Fez uso correto de pronomes? As palavras estão grafadas corretamente? Uso
adequado de letras maiúsculas em início de frases, parágrafos e nomes próprios?
A linguagem está adequada a uma situação de produção escrita?


  1. Apresentação
O título está centralizado, há relação
entre o título e o conteúdo? A letra está legível? A paragrafação está
adequada? Respeita as margens da folha?O texto  apresenta rasuras ou borrões?

* Alguns gêneros ou propostas podem ter outros aspectos que devem ser
considerados.
**
Prefiro não atribuir notas, mas usar os conceitos: Insuficiente, Regular, Bom e
Excelente.
Referências
GERALDI, João Wanderley. O
texto na sala de aula. 2 ed. Cascavel, ASSOESTE,1984.
KOCH, Ingedore G. Villaça. A
coesão  textual. São Paulo: Contexto,
1989.
PEREIRA, Fátima. Os gêneros em sala de aula – uma estratégia eficiente
para desenvolver comportamentos “leitores” e “escritores”.
2011. Monografia

RUIZ, Eliana Maria Severino Donaio.
Como se corrige redação na escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2001.

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