A dinâmica abaixo pode ser
realizada com grupos de jovens ou adultos, trabalha :
realizada com grupos de jovens ou adultos, trabalha :
– A
questão dos preconceitos – o julgar o outro;
questão dos preconceitos – o julgar o outro;
-Quebra
de paradigmas;
de paradigmas;
-Comunicação
e trabalho coletivo.
e trabalho coletivo.
1.Dividir a turma em equipes para discussão do Estudo de Caso de Miguel.
2.Cada equipe recebe um relato e responde a questão por escrito.
3.Quando as equipes finalizarem, cada uma lê o trecho e a sua análise de
como percebe Miguel.
como percebe Miguel.
4.Após cada leitura, pode-se questionar quais foram as pistas no trecho
que determinaram tal análise.
que determinaram tal análise.
5. Ler o relato do próprio Miguel contando o que se passara naquele dia.
6. Pedir os participantes concluam expondo sua opinião
e o que aprenderam com essa dinâmica.
e o que aprenderam com essa dinâmica.
RELATO N° 01 – DE SUA MÃE
Miguel levantou-se correndo, não quis tomar café e nem ligou para o bolo
que eu havia feito especialmente para ele. Só apanhou o maço de cigarros e a
caixa de fósforos. Não aquis colocar o cachecol que eu lhe dei. Disse que
estava com pressa e reagiu com impaciência a meus pedidos para se alimentar e
abrigar-se direito. Ele continua sendo uma criança que precisa de atendimento,
pois não reconhece o que é bom para si mesmo.
que eu havia feito especialmente para ele. Só apanhou o maço de cigarros e a
caixa de fósforos. Não aquis colocar o cachecol que eu lhe dei. Disse que
estava com pressa e reagiu com impaciência a meus pedidos para se alimentar e
abrigar-se direito. Ele continua sendo uma criança que precisa de atendimento,
pois não reconhece o que é bom para si mesmo.
Após esse relato, como a equipe
percebe Miguel?
percebe Miguel?
RELATO N° 02 – DO GARÇON DA BOATE
Ontem à noite ele chegou aqui acompanhado de uma morena, bem bonita, por
sinal, mas não deu a mínima bola para ela. Quando entrou uma loira, de vestido
colante, ele me chamou e
sinal, mas não deu a mínima bola para ela. Quando entrou uma loira, de vestido
colante, ele me chamou e
queria saber quem era ela. Como eu não conhecia, ele
não teve dúvidas: levantou-se e foi à mesa falar com ela. Eu disfarcei, mas só
pude ouvir que ele marcava um encontro, às 9 da manhã, bem nas barbas do
acompanhante dela. Sujeito peitudo!
Após esse relato, como a equipe
percebe Miguel?
percebe Miguel?
RELATO N° 03 – DO MOTORISTA DE TAXI
Hoje de manhã, apanhei um sujeito e não fui com a cara dele. Estava com
cara amarrada, seco, não queria saber de conversa. Tentei falar sobre futebol,
política, sobre o trânsito e ele sempre me mandava calar a boca, dizendo que
precisava se concentrar. Desconfio que ele é daqueles que a pessoa chama de
subversivo, desses que a policia anda procurando ou desses que assaltam
motorista de táxi. Aposto que anda armado. Fiquei louco para me livrar dele.
cara amarrada, seco, não queria saber de conversa. Tentei falar sobre futebol,
política, sobre o trânsito e ele sempre me mandava calar a boca, dizendo que
precisava se concentrar. Desconfio que ele é daqueles que a pessoa chama de
subversivo, desses que a policia anda procurando ou desses que assaltam
motorista de táxi. Aposto que anda armado. Fiquei louco para me livrar dele.
Após esse relato, como a equipe
percebe Miguel?
percebe Miguel?
RELATO N° 04 – DO ZELADOR DO EDIFÍCIO
Esse Miguel, ele não é certo da bola, não! Ás vezes cumprimenta, às
vezes finge que não vê ninguém. As conversas dele a gente não entende. É
parecido com um parente meu que enlouqueceu. Hoje de manhã, ele chegou falando
sozinho. Eu dei bom dia e ele me olhou com um olhar estranho e disse que tudo
no mundo era relativo, que s palavras não eram iguais para todos, nem as
pessoas. Deu um puxão na minha gola e apontou para uma senhora que passava.
Disse, também, que quando pintava um quadro, aquilo é que era a realidade. Dava
risadas e mais risadas… Esse cara é um lunático!
vezes finge que não vê ninguém. As conversas dele a gente não entende. É
parecido com um parente meu que enlouqueceu. Hoje de manhã, ele chegou falando
sozinho. Eu dei bom dia e ele me olhou com um olhar estranho e disse que tudo
no mundo era relativo, que s palavras não eram iguais para todos, nem as
pessoas. Deu um puxão na minha gola e apontou para uma senhora que passava.
Disse, também, que quando pintava um quadro, aquilo é que era a realidade. Dava
risadas e mais risadas… Esse cara é um lunático!
Após esse relato, como você
percebe Miguel?
percebe Miguel?
RELATO N° 05 – DA FAXINEIRA
Ele anda sempre com um ar misterioso. Os quadros que ele pinta, a gente
não entende. Quando ele chegou, na manhã de ontem, me olhou meio enviesado.
Tive um pressentimento ruim, como se fosse acontecer alguma coisa ruim. Pouco
depois chegou a moça loura, Ela me perguntou onde ele estava e eu disso. Daí a
pouco ouvi ela gritar e acudi correndo. Abri a porta de supetão e ele estava
com uma cara furiosa, olhando para ele cheio de ódio. Ela estava jogada no divã
e no chão tinha uma faca. Eu saí gritando: Assassino! Assassino!
não entende. Quando ele chegou, na manhã de ontem, me olhou meio enviesado.
Tive um pressentimento ruim, como se fosse acontecer alguma coisa ruim. Pouco
depois chegou a moça loura, Ela me perguntou onde ele estava e eu disso. Daí a
pouco ouvi ela gritar e acudi correndo. Abri a porta de supetão e ele estava
com uma cara furiosa, olhando para ele cheio de ódio. Ela estava jogada no divã
e no chão tinha uma faca. Eu saí gritando: Assassino! Assassino!
Após esse
relato, como a equipe percebe Miguel?
relato, como a equipe percebe Miguel?
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RELATO DO PRÓPRIO MIGUEL SOBRE O OCORRIDO NESSE
DIA.
DIA.
Eu me
dedico à pintura de corpo e alma. O resto não tem importância. Há meses eu
quero pintar uma Madona do século XX, mas não encontro uma modelo adequada, que
encarne a beleza, a pureza e o sofrimento que eu quero retratar. Na véspera
daquele dia, uma amiga me telefonou dizendo que tinha encontrado a modelo que
eu procurava e propôs nos encontrarmos na boate. Eu estava ansioso para vê-la.
Quando ela chegou fiquei fascinado; era exatamente o que eu queria. Não tive
dúvidas. Já que o garçom não a conhecia, fui até a mesa dela, me apresentei e
pedi para ela posar para mim. Ela aceitou e marcamos um encontro no meu ateliê
às 9 horas da manhã. Eu não dormi direito naquela noite. Me levantei ansioso,
louco para começar o quadro, nem pude tomar café, de tão afobado.
dedico à pintura de corpo e alma. O resto não tem importância. Há meses eu
quero pintar uma Madona do século XX, mas não encontro uma modelo adequada, que
encarne a beleza, a pureza e o sofrimento que eu quero retratar. Na véspera
daquele dia, uma amiga me telefonou dizendo que tinha encontrado a modelo que
eu procurava e propôs nos encontrarmos na boate. Eu estava ansioso para vê-la.
Quando ela chegou fiquei fascinado; era exatamente o que eu queria. Não tive
dúvidas. Já que o garçom não a conhecia, fui até a mesa dela, me apresentei e
pedi para ela posar para mim. Ela aceitou e marcamos um encontro no meu ateliê
às 9 horas da manhã. Eu não dormi direito naquela noite. Me levantei ansioso,
louco para começar o quadro, nem pude tomar café, de tão afobado.
No táxi,
comecei a fazer um esboço, pensando no ângulo da figura, no jogo de luz e
sobra, na textura, nos matizes… Nem notei que o motorista falava comigo.
comecei a fazer um esboço, pensando no ângulo da figura, no jogo de luz e
sobra, na textura, nos matizes… Nem notei que o motorista falava comigo.
Quando
entrei no edifício, eu falava baixinho. O zelado tinha falado comigo e eu nem
tinha prestado atenção. Aí, eu perguntei: o que foi? E ele disse: bom dia! Nada
mais do que bom dia. Ele não sabia o que aquele dia significava para mim.
Sonhos, fantasias e aspirações…. Tudo iria se tornar rela, enfim, com a
execução daquele quadro. Eu tentei explicar para ele que a verdade era
relativa, que cada pessoa vê a outra à sua maneira. Ele me chamou de lunático.
Eu dei uma risada e disse: está aí a prova do que eu disse. O lunático que você
vê, não existe. Quando eu pude entrar, dei de cara com aquela velha
mexeriqueira.
entrei no edifício, eu falava baixinho. O zelado tinha falado comigo e eu nem
tinha prestado atenção. Aí, eu perguntei: o que foi? E ele disse: bom dia! Nada
mais do que bom dia. Ele não sabia o que aquele dia significava para mim.
Sonhos, fantasias e aspirações…. Tudo iria se tornar rela, enfim, com a
execução daquele quadro. Eu tentei explicar para ele que a verdade era
relativa, que cada pessoa vê a outra à sua maneira. Ele me chamou de lunático.
Eu dei uma risada e disse: está aí a prova do que eu disse. O lunático que você
vê, não existe. Quando eu pude entrar, dei de cara com aquela velha
mexeriqueira.
Entrei no
ateliê e comecei a preparar a tela e as tintas.
ateliê e comecei a preparar a tela e as tintas.
Foi
quando ela chegou. Estava com o mesmo vestido da véspera e explicou que passara
a noite em claro, numa festa.
quando ela chegou. Estava com o mesmo vestido da véspera e explicou que passara
a noite em claro, numa festa.
Aí eu
pedi que sentasse no lugar indicado e que olhasse para o alto, que imaginasse
inocência, sofrimento…que….
pedi que sentasse no lugar indicado e que olhasse para o alto, que imaginasse
inocência, sofrimento…que….
Aí ele me
enlaçou o pescoço com os braços e disse que eu era simpático. Eu afastei seus
braços e perguntei se ela tinha bebido. Ela disse que sim, que a festa estava
ótima, que foi pena eu não ter estado lá e que sentiu minha falta. Enfim, que
estava gostando de mim.Quando ela me enlaçou de novo eu a empurrei e ela caiu
no divã e gritou. Nesse instante a faxineira entrou e saiu berrando: Assassino!
Assassino!
enlaçou o pescoço com os braços e disse que eu era simpático. Eu afastei seus
braços e perguntei se ela tinha bebido. Ela disse que sim, que a festa estava
ótima, que foi pena eu não ter estado lá e que sentiu minha falta. Enfim, que
estava gostando de mim.Quando ela me enlaçou de novo eu a empurrei e ela caiu
no divã e gritou. Nesse instante a faxineira entrou e saiu berrando: Assassino!
Assassino!
A loura levantou-se e foi embora.
Antes me chamou de idiota. Então, eu suspirei e disse: ah, minha Madona!..
Antes me chamou de idiota. Então, eu suspirei e disse: ah, minha Madona!..
Muito interessante esse texto. Relata um rapaz que é julgado por várias pessoas de várias formas.
Mas, nós não escapamos desses julgamentos que as pessoas fazem, não podemos sair por aí dizendo o que queremos. Precisamos nos enxergar para depois enxergar o outro.